A firma de private equity Aqua Capital, cujo foco está no agro e no setor de alimentos, acaba de anunciar a aquisição de uma participação minoritária na SoluBio, maior empresa de biotecnologia para a produção de bioinsumos em fazendas do país — e do mundo. A fatia adquirida e o valor do negócio não foram divulgados, mas as partes informaram que os termos da transação indicaram que a SoluBio, que tem sede em Jataí (GO), foi avaliada em cerca de R$ 1 bilhão.
Criada em 2016, a empresa vem crescendo em ritmo acelerado. Em 2021, faturou R$ 77 milhões, e em 2022 a receita deverá chegar a R$ 280 milhoes, fruto da implantação de 300 novos projetos ao longo do ano. Com isso, disse ao Valor Alber Guedes, um dos fundadores e CEO da SoluBio, até dezembro a solução da companhia estará presente em 400 fazendas. Para chegar aos 3,5 milhões de hectares já atendidos e manter o pé no acelerador, a empresa investiu R$ 200 milhões no último ano para expandir a capacidade e a equipe comercial.
O Manejo Biológico OnFarm, como foi batizada a solução desenvolvida pela SoluBio, permite que os agricultores produzam bioinsumos em suas propriedades, mas o processo é acompanhado pela companhia digitalmente, em tempo real, e também com visitas regulares de equipes técnicas.
Projeto completo
Em seu modelo de negócios, a SoluBio desenvolve para o produtor todo o projeto do laboratório considerado ideal às suas necessidades, incluindo layout, instalações elétricas e hidráulicas e automação. Os laboratórios podem ser montados em estruturas metálicas cobertas com isopainéis ou contêineres, enquanto as biofábricas automatizadas, 100% inox, multiplicam os bioinsumos em ambiente com temperatura controlado, injeção de ar e filtros microbiológicos, entre outros cuidados necessários para garantir a qualidade e a segurança da produção.
Os recursos aportados pelo Aqua Capital serão investidos pela SoluBio em expansão comercial, governança, pesquisa e desenvolvimento e em um projeto de internacionalização que deverá começar por Paraguai e Colômbia e chegar aos Estados Unidos. Em P&D, já há um centro de inovação sendo erguido em Brasília, que será tocado por pesquisadores que eram da Embrapa.
Em tempos de preços dos insumos químicos nas alturas, a SoluBio, que conta com 600 colaboradores e tem uma equipe científica com 30 PhDs e cinco pós doutorandos, diz que suas soluções são capazes de gerar economia de custos de até 70% nessa frente. As principais culturas atendidas atualmente são soja, milho e algodão, mas a atuação junto a produtores de cana-de-açúcar, que tradicionalmente apostam em biológicos, está sendo fortalecida.
“Sabemos que o mercado de bioinsumos tem um potencial muito grande de crescimento, não apenas no Brasil, mas em nível global. Acreditamos fortemente no segmento. A SoluBio é o primeiro investimento do Fundo III do Aqua e estamos muito animados com essa parceria, que reafirma nosso comprometimento com a agenda ESG e de captura de carbono no agronegócio”, afirmou Sebastian Popik, sócio-fundador do Aqua Capital, em nota. A firma tem atualmente US$ 800 milhões em ativos sob gestão.
Fonte: Valor Econômico
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